sexta-feira, 27 de setembro de 2013

André Rebouças

André Rebouças


Sobre o filho do Conselheiro, André Rebouças, existe a pitoresca história em que durante um baile na Corte, à época Imperial, Dom Pedro II chamou a Princesa Isabel e pediu que esta dançasse com o mulato Rebouças, para mostrar a todos que a cor não o impedia de participar do convívio com a realeza e com a alta sociedade.

SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Conselheiro Antônio Rebouças

A título exemplificativo, poderíamos citar a ascensão do Conselheiro Antônio Rebouças, filho de uma escrava liberta com um alfaiate português, nascido na Bahia em 1798, Rebouças tornou-se grande especialista no direito civil, foi várias vezes deputado pela província da Bahia, Conselheiro do Imperador Pedro I e advogado do Conselho de Estado. E três dos seus irmãos também se destacaram: José Pereira estudou música em Paris e em Bolonha e garantiu a vaga de maestro da Orquestra do Teatro em Salvador.Outro irmão, Manoel Maurício, formou-se em medicina na Europa, chegando a ocupar cadeira na Escola de Medicina de Salvador.

sábado, 21 de setembro de 2013

NEGROS NO IMPÉRIO BRASILEIRO

Também no Império, por sua vez, havia um grande número de mulatos que ocuparam cargos importantes, seja como membros do Gabinete Imperial, seja como Senadores, juízes ou deputados. A Guarda Nacional, um dos maiores ícones da elite, era formada inclusive por pretos, e muito antes da formação da Guarda, o negro Henrique Dias já havia sido agraciado com o grau de cavaleiro da Ordem de Cristo e com o título de “Governador dos Crioulos, Pretos e Mulatos”, pela notável participação na Batalha dos Montes Guararapes.
                                     Governador dos Crioulos, Pretos e Mulatos, Henrique Dias

A estrutura social brasileira era extremamente maleável, garantiu a muitos negros, mesmo na época do Brasil Colônia ou do Império, em que vigente o sistema escravocrata, a possibilidade de alcançar postos de destaque. Pode-se afirmar que o negro livre já possuía um status social definido, antes mesmo da abolição da escravatura, situação impensável nos Estados Unidos, onde os negros livres eram incitados a sair do estado e, muitas vezes, até a deixar o país.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Sawabona

Cultura Afro-Brasileira - Nosso Patrimônio

                              Representação dos 12 Orixás mais cultuados no Rio Grande do Sul:
 Bará, Xangô, Iansã, Oxalá, Pai Cleon de Oxalá, Oxum, Cosmes, Ogum, Odé e Otim, Obá, Ossanha e Xapanã.
Encontro, que também pretende chamar atenção para o cumprimento da Lei 10.639/2003 faz parte do projeto “Ciclo de Palestras Cultura Afro-brasileira: Nosso Patrimônio”
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados em 2012 apontaram que o Rio Grande do Sul é o estado do Brasil com o maior percentual de pessoas que se dizem adeptas de religiões afro-brasileiras, cerca de 1,6% da população. O número, que pode gerar estranheza, é explicado quando se analisa a formação histórica do estado, que recebeu imigrantes de vários países e emigrantes de outras regiões brasileiras, dando origem a um intenso sincretismo religioso.
Para estimular o combate à invisibilidade do assunto, a Fundação Cultural Palmares – MinC (FCP) em parceria com a Coordenação do Núcleo de Jornalistas Afro-brasileiros do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul, promove no próximo dia 25 de setembro, às 14h, no auditório da Faculdade Monteiro Lobato, em Porto Alegre, a palestra “Manifestações afro-gaúchas e a dinamização das culturas negras”, que será ministrada por Jessé Oliveira, fundador e diretor do Grupo Caixa-Preta .
O evento, que integra o projeto “Ciclo de Palestras Cultura Afro-brasileira: Nosso Patrimônio” e é organizado pelo Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra (CNIRC) da FCP, também visa chamar a atenção para o cumprimento da Lei 10.639/2003,que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana nas redes públicas e particulares da educação.
Tradições Afro-gaúchas – De acordo com o palestrante Jessé Oliveira o evento apresentará um panorama da relação entre a arte e a cultura gaúcha e as tradições afro-gaúchas, que desafiam a opinião comum e tornam o Rio Grande do Sul o estado com o maior número de terreiros de matriz africana do país, por exemplo.
Ainda segundo Jessé, a palestra é uma oportunidade de divulgar a produção cultural afro-brasileira no Sul, uma vez que os estados da região Nordeste têm muito mais visibilidade quando o tema é esse. “Nós temos hoje um mercado para cultura afro-brasileira que foge do campo musical”, explica ele. “Como o teatro e a literatura negra estão mais pujantes, por exemplo, ganha-se uma vitrine para demonstrar outras forças da cultura negra que não têm tanto espaço em outros estados”, analisa.
A palestra “Manifestações afro-gaúchas e a dinamização das culturas negras” é aberto a , estudantes, professores, jornalistas, pesquisadores, gestores públicos, agentes culturais e demais interessados nas culturas negras. Para se inscrever, basta enviar um e-mail à secretaria do Sindicato ( secretaria@jornalistasrs.org).
Coleção Conheça Mais – Com o objetivo de atender à demanda de material didático na área de cultura afro-brasileira, de acordo com a Lei nº 10.639/2003, as palestras do Ciclo resultarão na publicação de livros da “Coleção Conheça Mais”, que já discutiu temas como: Ações afirmativas, Candomblé, Umbanda, Quimbanda, Capoeira, Gastronomia afro-brasileira, O negro nos meios de comunicação, Estatuto da Igualdade Racial e Quilombos.
De acordo com Rosane Borges, coordenadora do CNIRC, as obras devem ser distribuídas nas escolas e bibliotecas brasileiras a fim de oferecer aos estudantes, conteúdos do patrimônio cultural afro-brasileiro que trazem à pauta a construção coletiva historicamente vivenciada por descendentes de negros e negras do continente considerado berço da humanidade, de uma forma concisa e contextualizada.
“A publicação tem um papel didático-pedagógico muito interessante que registra esse momento de dialogo e se torna referência para pesquisas, estudos e reflexões não só nas cidades contempladas, mas também para todo Brasil”, garantiu.
Para as publicações que serão apresentadas em 2014, a idéia é apresentar novos temas que vão compor a série. “A gente reedita o discurso a partir daquilo que é mais novo mais contemporâneo”, afirmou Rosane.
As próximas cidades a receberem o Ciclo de Palestras Cultura Afro-brasileira: Nosso Patrimônio são: Espírito Santo (23 de outubro); Goiânia (08 de novembro) e Recife (26 de novembro).
Serviço
Palestra “Manifestações afro-gaúchas e a dinamização das culturas negras”
Data: 25/09/2013
Hora: 14h às 18h
Local: Auditório da Faculdade Monteiro Lobato (Rua dos Andradas, 1180, Porto Alegre)
Mais informações: Com Mara Santos pelos telefones: (51) 3228-8146; 3226-0669 / 1735

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Silvio Humberto

Vereador participa de encontro na Colômbia para aprofundar o diálogo e o desenvolvimento da diáspora africana.
A III Cumbre Mundial de Alcaldes y Mandatarios Africanos y Afrodescendientes, foi iniciada na Colômbia, desde o dia 12 e segue até a próxima quarta-feira (18). O encontro conta com a participação do vereador Silvio Humberto (PSB), que durante o evento afirmou que o racismo continua a ser um fenômeno mundial. De acordo com ele, a discriminação racial impede o desenvolvimento pleno das potencialidades humanas e especialmente da população negra.
Estamos na Colômbia e aqui podemos perceber uma naturalização do preconceito em relação aos negros colombianos e a região aonde eles habitam, que é o Pacífico. O que muito se assemelha ao racismo brasileiro. O fato desse encontro internacional ser realizado aqui, trazendo autoridades e personalidades do mundo afro, fortalece os afro-colombianos. É uma estratégia panafricana. Estamos nos utilizando da rede internacional para fortalecer o local, explica o vereador.
A III Cumbre Mundial de Alcaldes y Mandatarios Africanos y Afrodescendientes é organizado pela Associação Nacional de Prefeitos e Governadores dos Municípios e Secretarias de cidades com afrodescendentes, AMUNAFRO e apoiada pela Associação de Prefeitos Negros nos Estados Unidos, NCBM, com o objetivo de aprofundar o diálogo, e a cooperação política e internacional para o desenvolvimento da diáspora africana.
Fonte: JusBrasil 

Lorena Moraes



O racismo me calou durante anos. Calou-me através da timidez, da baixa estima, dos cabelos alisados ou do ferro no cabelo na beira do fogão, calou-me através das roupas, das bonecas brancas de bocas rosadas e barbies louras. Calou minha inteligência, minha coragem e meus desejos. O racismo não deixou ver minha beleza durante anos, escondeu meu sorriso, não me deixou ser doutora, nem atriz ou modelo, me fez não querer tentar ir às bancadas ou reportagens do telejornal, me fez acreditar que sou incapaz, ou “burra” e feia. O racismo me fez durante anos enxergar um cabelo ruim, me fez chorar, odiar minha pele e meu nariz, fez me esconder no fundo da sala de aula, não querer namorar, fugir dos homens e acreditar que “aquele olhar não era pra mim” ou que eu não seria pra casar. O racismo me fez acreditar que nunca vou conseguir e que aquele palco não me pertence. O racismo trouxe-me tanta dor, tantas lágrimas que hoje são transformadas em uma única palavra: RESISTÊNCIA!
 
Ao acordar enfrento o racismo cruel no trabalho, na rua e na escola. Enfrento o racismo do olhar, o verbal, imaginário e disfarçado. Enfrento o racismo em uma cidade negra que carrega uma cultura do preconceito, do cabelo liso, da sexualidade da negra, roupas “da moda” e uma cidade que diz que “seu lugar não é aqui, sua neguinha” e que “candomblé é coisa do diabo”.
 
Sou negra, jornalista, agente comunitária de saúde, soterocachoeirana, amo o meu cabelo crespo, meu nariz, sou linda e me visto como eu amo, adoro turbantes, samba de roda, faço capoeira e para mim ser negra é muito mais do que uma questão de pele. Todos e todas somos iguais, mas só quem é negro/negra sente a dor da chibata nas costas. Chorar não alivia a dor. Enxuga essas lagrimas, levanta e vamos a luta!
 
RESISTA, NEGRO! RESISTA, NEGRA!
 
 
Fonte: Facebook de Lorena Moraes

A primeira tropa de choque do Sul do Brasil: os Lanceiros Negros


Até quando?
Todo os anos eu me pergunto: até quando?
Sim, até quando teremos de mentir ou omitir para não incomodar os poderosos individuais ou coletivos?
Até quando teremos que tapar o sol com a peneira para não ferir as suscetibilidades dos que homenageiam anualmente uma "revolução" que desconhecem? Até quando teremos de aliviar as críticas para não ofender os que, por não terem estudado História, acreditam que os farroupilhas foram idealistas, abolicionistas e republicanos desde sempre? Até quando teremos de fazer de conta que há dúvidas consistentes sobre a terrível traição aos negros em Porongos? Até quando teremos de justificar o horror com o argumento simplório de que eram os valores da época? Valores da traição, do escravismo, da infâmia?
Até quando fingiremos não saber que outros líderes – La Fayette, Bolívar, Rivera – outros países – Uruguai, Argentina, Chile, Bolívia – e outras rebeliões brasileiras – A Balaiada, no Maranhão, por exemplo – foram mais progressistas e, contrariando "valores" da época, ousaram ir aonde os farroupilhas não foram por impossibilidade ideológica? Até quando a mídia terá de adular o conservadorismo e a ignorância para fidelizar sua "audiência"?
Até quando deixaremos de falar que milhões de homens sempre souberam da infâmia da escravidão? Os escravos. Até quando minimizaremos o fato de que a Farroupilha, com seu lema de "liberdade, igualdade e humanidade", vendeu negros para se financiar? Até quando deixaremos de enfatizar que os farrapos prometiam liberdade aos negros dos adversários, mas não libertaram os seus? Até quando daremos pouca importância ao fato de que a Constituição farroupilha não previa a libertação dos escravos? Até quando deixaremos de contar em todas as escolas que Bento Gonçalves ao morrer, apenas dois anos depois do fim da guerra civil, deixou mais de 50 escravos aos seus herdeiros? Até quando?
Até quando?
Até quando adularemos os admiradores de um passado que não existiu somente porque as pessoas precisam de mitos e de razões para passar o tempo, reunir-se e vibrar em comum? Até quando os folcloristas sufocarão os historiadores? Até quando o mito falará mais alto do que a História? Até quando não se dirá nos jornais que os farroupilhas foram indenizados pelo Império com verbas secretas? Que brigaram pelo dinheiro? Que houve muita corrupção? Que Bento Gonçalves e Neto não eram republicanos quando começaram a rebelião? Que houve degola, sequestros, apropriação de bens alheios, execuções sumárias, saques, desvio de dinheiro, estupros, divisões internas por causa de tudo isso e processos judiciais?
Até quando, em nome de uma mitologia da identidade, teremos medo de desafiar os cultivadores da ilusão? Até quando historiadores como Décio Freitas, Mário Maestri, Sandra Pesavento, Tau Golin, Jorge Eusébio Assumpção, Spencer Leitman e tantos outros serão marginalizados? Até quando nossas crianças serão doutrinadas com cartilhas contando só meias verdades?
Até quando a rebelião dos proprietários será apresentada como uma revolução de todos? Até quando mentiremos para nós mesmos? Até quando precisaremos nos alimentar dessa ilusão?
Até quando viveremos assim?
Por: Juremir Machado da Silva

A primeira tropa de choque do Sul do Brasil: os lanceiros negros

Fonte: Correio do Povo